sexta-feira, 10 de maio de 2013

Vida trágica de Liliana


A ex-Miss Playboy entrou no BB VIP e mostrou ter uma gargalhada fácil. No entanto, Manuela Queirós, prima de Zé Manel, o já falecido pai de Liliana, e Elisabete Queirós, irmã de Lurdes, a avó paterna, garantem que é apenas a capa de proteção de alguém marcado pelos vícios dos pais, a negligência e as cenas degradantes da mãe, a morte de ambos e a violência psicológica de Tiago, o ex-namorado, que nunca a apoiou na moda. Concebida num lar onde as drogas e o álcool faziam parte do dia-a-dia dos pais, Liliana, nascida e criada no concelho de Loures, teve de ser muitas vezes a mãe da própria mãe!

Manuela Queirós recorda: “Os pais conheceram-se em Sacavém e aquilo foi uma grande paixão, só que infelizmente eles tinham os dois o mesmo problema: drogas... e depois passaram para o álcool!” E prossegue: “Ela chegava a ligar para pedir ajuda, ou porque tinha a mãe drogada em casa, ou alcoolizada... Ela sempre lidou com isso de uma forma muito adulta. Arrastava a mãe para a cama e telefonava a pedir ajuda!” Elisabete interrompe para sublinhar: “Ela ainda nem tinha nove anos!” Ainda assim, Manuela, apoiada pela tia, acredita: “Ela não era má mãe, só que quando estava alcoolizada não era tão responsável como o pai, que mesmo com o álcool era focado na filha. Acho que o álcool e a droga a deitavam mais abaixo do que ao Zé Manel. A Anabela era mais negligente e irresponsável. Adormecia no sofá e ele é que tinha de fazer a comida e tratar de tudo.”

A família de Liliana não tinha grandes possibilidades económicas, mas a avó Lurdes não deixava faltar comida em casa da neta. Emaranhado nas teias da droga e do álcool, Zé Manel era um pai-galinha e não suportava as cenas frequentes que a mulher fazia em casa, por isso deixou-a. “Ele saiu de casa, foi à da mãe, Lurdes, e levou a filha. A mãe não tinha capacidade para tomar conta dela. Lembro-me de ela estar perdida de bêbeda e o Zé Manel me dizer: ‘Eu já não aguento, estou farto disto’”, conta Elisabete.

Manuela acrescenta: “Ele nunca deixou de gostar dela. Se ela se tivesse tratado, eles tinham voltado. O Zé Manel encontrou na mãe, no padrasto e no irmão alguma estabilidade. Mas a mãe começou a andar à deriva.” Com a separação, Anabela também regressou a casa da sua mãe, mas afundava- se cada vez mais. “A mãe, de vez em quando, ia visitá-la. Lembro-me de ela ir a casa da minha tia, para ver a Liliana, e de cair no meio da estrada...”,desabafa Manuela.

O primo procurava libertar-se... “Ele chegou a fazer reabilitação e ficou curado das drogas, só que depois começou a beber. Já não ficava bêbado, mas bebia. Uns meses antes de ficar doente e falecer, ele tinha encontrado uma rapariga de quem gostava imenso. Prometeu-lhe que ia deixar de beber, mas já não havia nada a fazer.” Os muitos anos de vícios acabaram por ceifar a vida dos pais. A mãe faleceu em 2003, com 42 anos, tinha a concorrente acabado de atingir a maioridade. Seis anos depois, Liliana perdeu o pai.

A mãe não morreu de overdose! Foi parar ao hospital porque o fígado estava completamente desfeito”, conta Manuela que, juntamente com Elisabete, garante: “Ela sofreu com a morte da mãe, mas o pai faz-lhe muito mais falta. Da mãe ela não guarda grandes lembranças. O pai e a filha tinham uma ligação maior. Foi ele que lhe explicou sobre a menstruação, a virgindade... Foi a ele que ela contou quando perdeu a virgindade. Foi ele que a incentivou a entrar neste mundo.

Quando Zé Manel faleceu, a modelo não soube lidar com a perda... e “desapareceu”... “Ela reagiu muito mal, nem foi ao funeral! Estava de rastos!”, diz a tia. A prima relembra: “Eu só a vi na missa de sétimo dia! Antes de ele falecer, ela esteve sempre no hospital com o pai, mas aquilo foi pais e a perseguição de um ex-namorado 23 muito rápido. Ele foi internado e numa semana faleceu. Ao fim de uns dias perdeu logo a consciência. Os órgãos foram parando. Depois, ainda chegou a estar ligado às máquinas, até que parou tudo. Foi tudo uma coisa de três meses. Foi cirrose! Deixou de fazer hemodiálise e já não havia hipótese!

Para a família, esta é sem dúvida a maior dor na vida da concorrente, que entrou em depressão e até da carreira se “esqueceu”. “Desde que perdeu o pai, as coisas para ela não ficaram muito boas... Ela teve de ser acompanhada por um psicólogo e andou a tomar antidepressivos.
 Ela perdeu um bocado o norte, e começou a faltar a certas coisas na televisão. Lembro-me de ver programas e de o lugar dela estar vazio. Só que as pessoas não entenderam e ela não ficou muito bem-vista”, contam. A própria modelo já havia confessado que, depois de o pai falecer, se isolou durante seis meses e nem o telemóvel atendia. “Ela, até hoje, não ultrapassou a morte do pai. Passa o dia fechada! Não convive, nem tem muitos amigos. A Liliana não tem a vida normal de uma miúda de vinte e poucos anos”, dizem as familiares.

A vida de Liliana teve ainda mais um triste episódio. Um namoro asfixiante, que durou sete anos, prejudicou a sua carreira e marcou-a até hoje. Manuela lembra-se de Ti a g o , d e quem o pai da m o d e l o nunca gostou.

Esse Tiago também a arruinou! Não queria trabalhar e acho que também se metia em drogas. Ele, enquanto a carreira dela estava no auge, não fazia nada! Só que ela gostou muito dele. Aliás, para desobedecer ao pai e namorar com ele é porque gostava mesmo dele, mas ele impediu- a de muitos trabalhos. Ela chegou a faltar a programas de televisão porque ele não queria que ela fosse. Ele não era aceite pela família, principalmente pela avó e pelo pai.

Quando o namoro começou, a modelo tinha 18 anos. Já desfilava desde os 14, mas Tiago nunca aceitou a profissão da namorada. Menos ainda quando, em 2005, ela se tornou famosa, depois de vencer o título de Miss Playboy. Durante anos, Liliana sempre se disse solteira. Acabou por ser descoberta em julho de 2010, aos beijos na praia. “Ele não queria aparecer e ela não o assumia porque sabia que ele não era homem para ela”, conta a prima. Dois meses depois de ser apanhada, ela anunciava o final do namoro. A prima garante: “Nunca me apercebi de maus tratos físicos, mas existiam maus-tratos psicológicos.” Desde então, Elisabete e Manuela não lhe conhecem outro amor...

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